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quarta-feira, 15 de agosto de 2012

O império do Mali: o “lugar onde o senhor reside”


Este império desenvolveu-se entre os séculos XIII e XVI, período em que impôs sua hegemonia sobre a bacia do Rio Níger. Constituído pela atual República de Mali e algumas regiões dos atuais Senegal e Guiné, o reino do Mali, no século XIV, expandiu-se por meio da anexação das cidades de Tombuctu, Gao e Djenne que foram importantes cidades, centros de troca e de concentração de pessoas, graças à rede de rios que fertilizava as terras e facilitava o transporte na região.
O Mali era um império poderoso, pois controlava o comércio transaariano e as rotas caravaneiras que se dirigiam para as principais cidades do reino, localizados em sua maioria às bordas do Rio Níger, semelhante a rota comercial de Gana. O comércio e principalmente as taxas sobre o tráfico de ouro, sal, escravos, marfim, noz-de-cola e outros produtos eram fundamentais para a manutenção do Estado, da corte e do mansa. O artesanato era bastante desenvolvido. Cada grupo de artesãos tinha seu representante junto ao imperador. Os governantes do Mali recebiam o título de mansa. Viajantes árabes relatavam histórias de alguns governantes que se tornaram famosos, como Sundiata, herói fundador que reinou de 1230 a 1255, e Mansa Musa, que governou entre 1312 e 1337.



Mansa Musa - (Extraído do blog: civilizacoesafricanas.blogspot.com)
A cidade de Tombuctu destacou-se como grande centro cultural do continente africano, onde havia vastas bibliotecas, madrassas (universidades islâmicas) e magníficas mesquitas que é o lugar onde a comunidade muçulmana se reúne para tratar de todas as questões que lhe interessa, questões religiosas, sociais, políticas e locais e também para rezar. Além disso, a cidade passou a ser o ponto de encontro de poetas, intelectuais e artistas da África e do Oriente Médio. Mesmo após o declino do império, Tombuctu permaneceu como um dos principais pólos islâmicos da África subsaariana. Em 1988, a cidade de Timbuctu foi declarada patrimônio mundial pela UNESCO.
Vale destacar que as 150 escolas que existiam em Tombuctu eram muito diferentes das escolas medievais européias. Não possuíam uma administração central, registros de estudantes ou cursos pré- determinados. Eram formadas por diversas faculdades independentes. Os estudantes se associavam a um único professor, o objetivo do ensino era transmitir os ensinamentos do Alcorão, livro sagrado do islamismo.
É importante mencionar que o império do Mali e também de Gana assimilaram a cultura e a religião islâmica. Maomé que viveu entre Meca e Medina, de 570 a 632, foi fundador do Islã, que significa submissão a um deus, única e onipotente. A religião vinha acompanhada de maneiras de viver e de governar próprias do mundo árabe, chamadas de muçulmanas, sobre este assunto estudaremos com mais detalhes mais adiante.

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