Este império
desenvolveu-se entre os séculos XIII e XVI, período em que impôs sua hegemonia
sobre a bacia do Rio Níger. Constituído pela atual República de Mali e algumas
regiões dos atuais Senegal e Guiné, o reino do Mali, no século XIV, expandiu-se
por meio da anexação das cidades de Tombuctu, Gao e Djenne que foram importantes
cidades, centros de troca e de concentração de pessoas, graças à rede de rios
que fertilizava as terras e facilitava o transporte na
região.
O Mali era um
império poderoso, pois controlava o comércio transaariano e as rotas
caravaneiras que se dirigiam para as principais cidades do reino, localizados em
sua maioria às bordas do Rio Níger, semelhante a rota comercial de Gana. O comércio e principalmente as taxas sobre o
tráfico de ouro, sal, escravos, marfim, noz-de-cola e outros produtos eram
fundamentais para a manutenção do Estado, da corte e do mansa. O artesanato era
bastante desenvolvido. Cada grupo de artesãos tinha seu representante junto ao
imperador. Os governantes do Mali recebiam
o título de mansa. Viajantes árabes relatavam histórias de alguns governantes
que se tornaram famosos, como Sundiata, herói fundador que reinou de
1230 a
1255, e Mansa Musa, que governou entre 1312 e 1337.
Mansa
Musa
- (Extraído do blog:
civilizacoesafricanas.blogspot.com)
A cidade de Tombuctu destacou-se como grande
centro cultural do continente africano, onde havia vastas bibliotecas, madrassas (universidades
islâmicas) e magníficas mesquitas que é o lugar onde a comunidade muçulmana
se reúne para tratar de todas as questões que lhe interessa, questões
religiosas, sociais, políticas
e locais e também para rezar. Além disso, a cidade passou a ser o ponto de
encontro de poetas, intelectuais e artistas da África e do Oriente Médio. Mesmo
após o declino do império, Tombuctu permaneceu como um dos principais pólos
islâmicos da África subsaariana. Em 1988, a cidade de Timbuctu foi
declarada patrimônio mundial pela UNESCO.
Vale destacar que as 150 escolas que existiam em
Tombuctu eram muito diferentes das escolas medievais européias. Não possuíam uma
administração central, registros de estudantes ou cursos pré- determinados. Eram
formadas por diversas faculdades independentes. Os estudantes se associavam a um
único professor, o objetivo do ensino era transmitir os ensinamentos do Alcorão,
livro sagrado do islamismo.
É importante
mencionar que o império do Mali e também de Gana assimilaram a cultura e a
religião islâmica. Maomé que viveu entre Meca e Medina, de 570 a 632, foi fundador do Islã,
que significa submissão a um deus, única e onipotente. A religião vinha
acompanhada de maneiras de viver e de governar próprias do mundo árabe, chamadas
de muçulmanas, sobre este assunto estudaremos com mais detalhes mais
adiante.
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